quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Reencontro com Awilda - Chicago Art Street


Em setembro de 2012 fiz um post referente a mostra OiR - Outros olhares sobre o Rio .
Tratava-se de uma mostra com uma série de intervenções na cidade do Rio de Janeiro e na ocasião destaquei o trabalho do escultor espanhol Jaume Plensa.

A cabeça de uma jovem de olhos fechados executada em resina e com 12 metros de intitula-se
  "Awilda - Olhar em meus sonhos".
O trabalho gerou um movimento - Fora Cabeção! -  criado por pessoas da região que se sentiram incomodadas com a interferência da obra na paisagem cartão postal do Rio de Janeiro, na enseada de Botafogo tendo o Pão de Açúcar como fundo.

Agora , em 2015, Awilda está no Millenium Park, em Chicago,  Illinois, nos Estados Unidos olhando de frente para Washington Street criando uma fantástica perspectiva entre sua cabeça e as edificações laterais da rua.
Ela é uma das quatro cabeças femininas que estarão expostas no parque até dezembro de 2015.

As outras três obras, Paula, Laura e Inês, em dimensões menores, feitas em ferro fundido estão colocadas lado a lado no interior do parque . As quatro peças incorporam-se a paisagem por ocasião da mostra 1004 Portraits que celebra 10 anos da instalação da famosa Crown Fountain.


Crown Foutain inaugurada em 2004 é um brilhante trabalho interativo projetado por Jaume e executado por Krueckan Sexton Arquitetos e que se transformou em um famoso landmark da cidade de Chicago.

Trata-se de um espelho de água feito em granito preto que reflete duas torres com 15,2 metros de altura na qual diodos transmissores de LEDs exibem vídeos contínuos com 1000 retratos de pessoas que vivem em Chicago.




A vídeo escultura funciona como fonte entre maio e outubro de forma intermitente com água jorrando através de um acesso na frontal de cada torre. 
A proposta é criar a ilusão de que a água jorra da boca dos cidadãos da cidade.



 No vídeo Jaume Plensa  fala que o aviso dos museus ao público para não tocar nas obras devia ser trocado por "Please don't touch, caress - por favor não toque, acarinhe " diante da necessidade de interação da obra com o público. 




Assim sendo, nesta sua peregrinação Awilda está melhor em Chicago.
No Brasil foi bem recebida e com um alerta.
Don't touch our landscape.

"Para hacer buen arte hay que crecer como persona"- Jaume Plensa



Lilian Tibery - Artista Plástica  



terça-feira, 24 de novembro de 2015

Honoré Daumier - Chicago Art Intitute


Museus de arte de todo mundo tem em suas coleções peças de Honoré Daumier (1808-1879) reconhecido artista francês, mestre da litografia, pintor, ilustrador, artista gráfico desenhista e escultor.



O Chicago Art Institute possui 596 peças do artista, material respeitável até para o Musée Carnavalet- Histórico de Paris, que são expostas em sistema de rodízio, em decorrência do  vasto acervo da instituição.




Dono características como o realismo irônico e mordaz, seu trabalho sempre associado a caricatura, reduziu a grandeza da sua obra.
Para além da abordagem temática, a critica do comportamento humano social ou político, Daumier cria um empatia com as personagens preservando a dignidade humana em detrimento da emoção gratuita da sátira.



Sua famosa série de bustos dos membros da Assembléia Nacional mostra para além da forma a personalidade do modelo. As mesmas formas do grotesco ou burlesco são similares em seu auto retrato porém traçando um perfil psicólogico muito diferente.

Autorretrato

Com sua carreira vista somente pela ótica da sátira, o trabalho de Daumier teve um enredo caótico. Ganhando muito pouco em seus empregos, era despedido constantemente, foi preso por a sua charge Gargantua ,do rei Luiz Felipe seu alvo preferido. Nela , sua majestade era apresentado como um gigante que devorava as riquezas do seu país. Nada mais atual que isso hoje em dia.



Este conjunto de fatores desfavoráveis em sua historia propiciaram uma grande liberdade de criação e facilitou a experimentação de várias técnicas.
Sua abordagem plástica e temática se aprofundou de tal forma que pode-se vislumbrar abordagens que somente seriam desenvolvidas no século seguinte como sugestivos vínculos com o impressionismo e expressionismo.



Uma época em que reproduzir uma visão crítica, as vezes irônica, direta e certeira dos acontecimentos não causava tantos estragos na sociedade.
.Mesmo se tratando de Paris, França
.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sala de Exposições - Place des Arts - Montreal - Canadá


Localizado na região central da cidade de Montreal o Quartier de Spetacles é um complexo cultural que abriga a Orquestra Sinfônica de Montreal,o Grand Ballets Canadiens a Ópera de Montreal e o Museu de Arte Contemporânea.

A área de 100.000 m² também conhecida como Place des Arts- Praça das Artes é composta de cinco salas de concertos e multiusos com características técnicas distintas.
Todas são interligadas por uma rede subterrânea de corredores e passagens.




Esta disposição interligando o metrô e o shopping " Des Jardins" possibilita a frequência do público nos meses de baixas temperaturas do inverno.


Na perspectiva de solidificar o dialogo entre as modalidades artísticas há, no hall subterrâneo uma sala de exposições para divulgação de trabalhos relacionados a vários aspectos das artes do espetáculo: Cenografias e figurinos, retrospectivas de fotografias ou instalações multimídias.


Neste contexto está exposta até dia 28 de novembro a mostra sobre o trabalho e comcepção da figura cenográfica criada pelo escultor Victor Ochoa,




Uma enorme figura de 5 metros de altura simbolizará a personagem Agammenon da ópera Elektra de Strausss e ocupará o espaço cênico da apresentação.

Foto  Letícia Varela
Foto  Letícia Varela
A montagem conta com esboços e protótipo do cenário além da ambientação com o resumo musical das árias  da ópera para o visitante ter uma ideia do resultado proposto.
O cenário, protagonista da mostra foi criado para fazer parte do contexto do espetáculo. Nada melhor do que ter uma noção do conjunto final.








quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Museum of Fine Arts - Montréal - Canadá



O Museu de Belas Artes de Montreal é uma entidade mantida por doações particulares .
Formado por um complexo de quatro pavilhões abriga seis setores que recebem o fantástico acervo de 41 mil obras, sala de concertos, jardins e escola de arte.




David Altmejd ( Nascido em Montreal em 1974 )
O olho
2010-2011

As coleções se dividem em setores de Arqueologia e Cultura Mundias, Idade Média e Arte Moderna, Design e Arte Decorativa, Fotografia e Artes Gráficas  e Jardim de Esculturas.

Existem vários projetos interessantes e peculiares.  
Dentre eles o centro de certificação de obras de arte perdidas durante o período da 2˚ Grande Guerra e o Centro de  Criações Paralelas que propõe ações coletivas multisetoriais partindo de mostras desenvolvidas pelo próprio museu .

No entanto nenhum é mais visível do que a parceria do Jardim das Esculturas com a Art Public Montreal que propõe aumentar a visibilidade de Montréal como destino do turismo cultural internacional. 

Jim Dine
Twin 6’hearts
1999



Fernand Leger
Grande Girassol
1952

Com suas 21 esculturas o Museu reforça a presença da Arte Pública e conta a história da escultura da era moderna até hoje.

Entenda-se por Arte Pública aquela relativa a obras de arte expostas em espaços públicos, seja ao ar livre ou dentro de imóveis.





Um interessante desdobramento desta proposta implantado em 1961 é a Politica de Integração da Arte a Arquitetura que prevê a destinação de cerca de 1% do orçamento total de construção de um local ou edifício público dedicado a implantação de uma obra de arte. Hoje cerca de 3.500 obras de arte públicas foram beneficiadas com esta política e formam um rico patrimônio cultural em todas regiões do estado de Quebec.

 O Museu disponibiliza através de seu site www.mbam.qc.ca  imagens de parte do acervo, vídeos de mostras temporárias, depoimentos de artistas, loja e biblioteca virtual.


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                                                                                       Lilian Tibery 
Artista Plástica 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Distrito de Arte em Quebec- Canadá

O antigo e restaurado complexo  de Quartier Petit Champlain, Place Royal e do Porto Velho reúne galerias de arte, ateliers de artistas lojas de antiguidades e design.





Possuindo propostas e dimensões diversas aos distritos de
 arte de Nova York e Miami nos Estados Unidos, a região 
tem o apelo francês de cidades como Sait Paul de Vence ,
 ao sul da França famosa pelas suas galerias de arte.

 






Nestes locais são características a diversidade e  quantidade do material exposto.
Alguns espaços tem uma proposta temática definida como a da foto abaixo, especializada em arte africana. 


Galeristas descrevem o trabalho dos artistas, em sua maioria canadenses com sinceridade e orgulho; não estão mais preocupados com as vendas do que com a valorização da produção artística







Dezenas de galerias se envolvem em um evento anual chamado " La Nuit des Galeries" - A Noite das Galerias, na qual galerias participantes abrem suas portas para vernissages, discussão sobre os trabalhos, apresentações musicais e live painting.




Os preços são convidativos e para aqueles que não investem em arte há a opção de adquirir cartões com imagens da produção de artistas de Quebec em lojas de conveniência em vários locais como na estação central, A Gare du Palais.


 A  valorização dos artistas locais sempre é um exemplo a ser compartilhado.