sábado, 8 de dezembro de 2012

Desenhos - Lilian Tibery



Desta vez Estúdio Ponto Azul se vestiu de luz no verão para testemunhar os últimos desenhos de uma série iniciada no ano de 2008.



Em 2009,  o texto da mostra, exibida na Galeria do Mercado da Secretaria Municipal de Cultura dizia:

                    Esta exposição mostra uma série de desenhos em grafite sobre papel executados a partir
                  de esboços feitos “in loco” nas praias do Rio de Janeiro nos anos de 2008 e 2009.

                 O exercício de desenhar a figura humana sempre fez parte de minha rotina,
                   seja em atelier, a partir da observação de modelos estáticos ou no dia-a-dia, em rápidos e improvisados croquis.

               Assim, desenhando na praia, meu olhar se encanta não apenas pela natureza,
        mas pelas pessoas que lá trabalham, brincam ou descansam.
            Ao marcar traços, sombra e luz, entro em sintonia com o ambiente daqueles
que em conversas, gestos e feições, me permitem participar
 momentaneamente de seu cotidiano.

Agradeço aos modelos, que no espírito carioca de espontânea alegria e
 simpatia jamais deixariam que estes desenhos se limitassem a um
 mero registro mecânico.

Dedico esta mostra ao admirável poeta Thiago de Mello, que com seu jeito
generoso de caboclo amazonense, me ensinou a origem Manauara do grafismo
das calçadas de Copacabana. Já no século XIX, em frente ao Theatro Amazonas,
simbolizavam o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

O encontro da água com a terra,
Do céu o do mar,
Do horizonte com o sonho,
Do lápis preto com o papel branco...


Agora, alguns anos depois, continuo com a mesma rotina metódica de desenhar e de
elaborar novas imagens com este material gráfico.


      Testemunhos da Areia é um uma releitura de vários momentos que se sucedem e que se
        perpetuam através do comportamento das pessoas diante do mar, dos amigos, da família.
        Foram momentos únicos compartilhados por todos e que, espero, se repitam
enquanto o sol brilhar.







E em uma noite estrelada recebi colegas artistas, amigos que se tornaram autoridades
e várias pessoas com quem tenho a felicidade de habitar neste Pálido Ponto Azul.



            
         

        

      

      

   

         
     
        

                



    







sábado, 20 de outubro de 2012

Brian Eno na OiR



Registrado pelo fotografo Pedro Kirilos, o fantástico trabalho de Brian Eno
projetado nos arcos da Lapa..



Fecha assim o ciclo de trabalhos apresentados pela OiR – Outras idéias para o Rio.
Colorindo com sua tecnologia e criatividade os arcos da Lapa.
Maravilha!




Para quem circula por lá inevitável a associação com o trabalho das escadarias da Lapa feito pelo artista Jorge Selarón.




Parabéns aos dois!

Jorge Selarón (Chile, 1947) é um pintor e ceramista autodidata chileno radicado na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Ele é o autor de muitas obras que decoram os bairros cariocas da Lapa e de Santa Teresa.
Sua maior e mais conhecida obra está na Rua Manoel Carneiro, no bairro de Santa Teresa: é a "Escadaria do Convento de Santa Teresa" (também conhecida como "Escadaria do Selarón"), que liga a Rua Joaquim Silva, no bairro da Lapa, à Ladeira de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa. A escadaria foi inicialmente decorada por Selarón em 1994, por ocasião da copa do mundo de futebol de 1994, quando ela teve seus 215 degraus e 125 metros decorados com mais de 2 000 azulejos diferentes, provenientes de mais de sessenta países. Desde então, os azulejos são permanentemente trocados, utilizando-se de azulejos que são remetidos ao artista por fãs do mundo inteiro. Isso dá um caráter orgânico e mutante à obra.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

“Corpos Presentes”


Ainda com a pegada da Arte Urbana “Corpos Presentes”, de Antony Gormley - no Rio de janeiro até o dia 23 de setembro - me forneceu uma visão especial.
Na sua versão ao ar livre foi inevitável a comparação de imagens

.
Uma da região central da cidade na qual as fantásticas esculturas sugerem a instabilidade da vida.


E outra de Madureira, na zona norte, aonde corpos reais sob um sol de inverno a 35 graus trabalham mesmo aos domingos.
E observam curiosos quem são aqueles que visitam o Parque de Madureira para ver obras da OiR.
Trabalham na Arena Cultural que quem sabe trará mais para perto da comunidade esta tal arte.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

OiR- Outras ideias para o Rio



"Essa cidade que foi iconizada por uma obra de arte pública, o Cristo Redentor (...) precisa ter uma atitude positiva que estimule a criatividade e o diálogo entre culturas distintas."
Este discurso do curador Marcelo Dantas introduz brilhantemente a proposta da exposição de arte urbana que se iniciou no dia 7 de setembro.
Nome da cidade do Rio lido de trás para frente, OiR é um projeto bienal a ser apresentado até as Olimpíadas de 2016.
O ótimo e imperdível site da mostra  http://www.oir.art.br/ , apresenta a proposta mapas e os artistas de prestígio internacional convidados para criar obras para a paisagem urbana do Rio de Janeiro.
Visitei todos os trabalhos só faltando um que será apresentado em outubro nos Arcos da Lapa.


“Olhar nos meus sonhos” (Awilda) do espanhol Jaume Plensa foi meu preferido.
Sua instalação no local me incomodou um pouco menos que aos integrantes do movimento Fora, Cabeção!
Preferível Awilda flutuando ao esgoto na poluída e interditada praia de Botafogo.


A obra poderia ser colocada em qualquer local porque cabeça elíptica é linda! 
Para os pedestres a mudança é muito sutil, mas em movimento, do carro ou da bicicleta, a forma vai se alterando e revelando sua beleza e serenidade.
Dispensáveis as justificativas de que a forma elíptica da cabeça acompanha a forma do Pão de Açúcar blá, blá, blá...

Ela é linda por si mesma.
Não precisa de moldura.
Só de distância e movimento.
Muito Urbana.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Variações sobre um mesmo tema

Há quase 2 anos fiz uma serigrafia a partir de um desenho de um carro de boi. http://liliantibery.blogspot.com.br/2010/12/natal.html
Na época ele estava abandonado em um canto do Parque Sabiá e parecia estar a espera de sua parelha de bois e do carreiro.
Ao desenvolver a matriz para gravura me conscientizei da sua importância como referência histórica.
“Sendo originário da Idade da Pedra ou do período Neolítco, o carro de boi surgiu no Brasil com os primeiros engenhos de açúcar, na época da colonização portuguesa.
Foi um dos primeiros instrumentos de trabalho, além do mais antigo e principal veículo de transporte utilizado no País, principalmente nas áreas rurais, por quase três séculos.

Na história do Brasil, o carro de boi aparece na Colônia, no Império, na República, na Revolução de 1930, no Estado Novo. Pode apresentar variações de “modelos” e nomes: carro, carroça ou carreta, como no Rio Grande do Sul, porém, nenhuma cidade, vila, povoação, fazenda, sítio, do litoral ao sertão ignora a existência deste rústico e primitivo meio de transporte, que ajudou a fazer a história do Brasil.”

Agora, com o olhar distanciado pelo tempo, esta imagem emoldurada com cores da Moldura Minuto, assume novas expressões e continua contando a sua história.