Desta vez Estúdio
Ponto Azul se vestiu de luz no verão para testemunhar os últimos desenhos de uma série iniciada no ano de 2008.
Em 2009, o texto da
mostra, exibida na Galeria do Mercado da Secretaria Municipal de Cultura dizia:
Esta exposição mostra uma série
de desenhos em grafite sobre papel executados a partir
de esboços feitos “in loco” nas
praias do Rio de Janeiro nos anos de 2008 e 2009.
O exercício de desenhar a figura
humana sempre fez parte de minha rotina,
seja em atelier, a partir da observação de
modelos estáticos ou no dia-a-dia, em rápidos e improvisados croquis.
Assim,
desenhando na praia, meu olhar se encanta não apenas pela natureza,
mas pelas pessoas que lá trabalham, brincam
ou descansam.
Ao marcar traços, sombra e luz,
entro em sintonia com o ambiente daqueles
que em
conversas, gestos e feições, me permitem participar
momentaneamente de seu cotidiano.
Agradeço
aos modelos, que no espírito carioca de espontânea alegria e
simpatia jamais deixariam que estes desenhos
se limitassem a um
mero registro mecânico.
Dedico
esta mostra ao admirável poeta Thiago de Mello, que com seu jeito
generoso
de caboclo amazonense, me ensinou a origem Manauara do grafismo
das calçadas
de Copacabana. Já no século XIX, em frente ao Theatro Amazonas,
simbolizavam
o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.
O
encontro da água com a terra,
Do
céu o do mar,
Do
horizonte com o sonho,
Do
lápis preto com o papel branco...
Agora, alguns anos depois, continuo com a
mesma rotina metódica de desenhar e de
Testemunhos
da Areia é um uma releitura de vários momentos que se sucedem e que se
perpetuam através do comportamento das pessoas diante do mar, dos
amigos, da família.
Foram momentos únicos compartilhados por todos e que, espero, se
repitam
enquanto o sol brilhar.
E em uma noite estrelada recebi colegas artistas, amigos que se tornaram autoridades
e várias pessoas com quem tenho a felicidade de habitar neste Pálido Ponto Azul.
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